
Nossas emoções influenciam diretamente a forma como lidamos com dinheiro. Ansiedade, impulsividade e medo podem impactar decisões financeiras, como gastos excessivos ou dificuldade em poupar. Por outro lado, desenvolver autoconhecimento e disciplina ajuda a criar hábitos financeiros saudáveis e, ao final deste artigo, leia 5 passos que podem lhe ajudar a controlar suas finanças através do conhecimento de suas emoções.
Antes de continuar quero propor o seguinte desafio: leia os efeitos emocionais na vida financeira descritos abaixo e só continue lendo o artigo se você identificar algum deles na sua vida ou na vida de alguém que você conhece.
Alguns possíveis efeitos das suas emoções na sua vida financeira.
- Você já experimentou a sensação de vazio e conseguiu sentiu melhor depois que comprou alguma coisa no shopping? (para a qual você não tinha dinheiro, mas passou o cartão de crédito);
- Já sentiu a sensação de medo quando sobrou algum dinheiro na conta e, coincidentemente, o carro quebrou, a criança adoeceu ou surgiu uma conta para pagar que você não tinha previsto?;
- Chegou no fim do mês, a conta zerada (ou no vermelho), mas sente que precisa comprar aquele conjunto de roupa de academia para não se “sentir mal” e por isso estourou o limite do cartão?
- Já contabilizou quantas roupas e sapatos tem no seu guarda-roupa, que você nunca usou, mas que comprou em um impulso, porque você merece já que trabalha tanto ou sofre tanto?
Se você está vendo até aqui é porque se viu identificada nessas situações embaraçosas que a maior parte de nós vive na sua relação com o dinheiro. Saiba que você não está sozinha nisso e que esses efeitos são “gatilhados” pelas emoções secundárias que, por sua vez, são formas de se comportar aprendidas no contato social e que dizem como devemos reagir a situações bem específicas sinalizadas pelas emoções primárias.
Emoções Primárias
Estudos afirmam que existem 6 emoções primárias: Alegria, Raiva, Tristeza, Medo, Nojo, Surpresa e que, cada uma delas exerce sobre nós influência neuroquímica e fisiológica inquestionáveis de acordo com o contexto vivido. Elas também geram marcas emocionais para o resto da vida, em nosso modo ver o mundo e todas as coisas com as quais nos relacionamos, inclusive o dinheiro.
Mas, de modo geral, funcionam como reações automáticas as situações bem específicas, com objetivo de assegurar a vida. Servem para: nos proteger de ameaças (Medo); para reagir a uma agressão ou injustiça (Raiva); para nos recolhermos em uma situação de perda (Tristeza); para evitarmos situações ou alimentos prejudiciais à saúde (Nojo), para sinalizar uma circunstância adversa e imprevisível (Surpresa) e para nos dar uma percepção de que estamos bem (Alegria).
Emoções secundárias
As emoções secundárias são aquelas que surgem a partir de experiências mais complexas e envolvem uma interpretação mais elaborada de situações ou contextos. Diferentemente das emoções primárias, como medo, alegria ou raiva, as secundárias, como culpa, vergonha, orgulho, ciúmes ou ressentimento, são influenciadas por fatores sociais, culturais e psicológicos.

Na vida financeira, essas emoções secundárias podem interferir de diversas formas no seu controle financeiro:
- Vergonha e Culpa
- Sentir vergonha por dificuldades financeiras ou por ter cometido erros passados pode levar à inação, procrastinação ou até isolamento, dificultando a busca por ajuda ou orientação financeira.
- A culpa pode fazer com que a pessoa gaste dinheiro de forma impulsiva para compensar algo emocional, como um presente exagerado para os filhos ou um estilo de vida incompatível com a renda.
- Orgulho
- O orgulho pode ser um aliado, motivando a busca por melhores condições de vida, mas também pode ser um obstáculo se a pessoa evitar admitir que precisa de ajuda ou resistir a ajustar hábitos financeiros para manter uma imagem social.
- Ressentimento e Ciúmes
- Ressentimentos em relação a desigualdades financeiras ou ciúmes do sucesso de outras pessoas podem resultar em decisões financeiras reativas, como gastos desnecessários para “provar algo” ou atitudes sabotadoras.
- Esperança e Otimismo Exagerado
- Sentimentos como esperança ou um otimismo excessivo podem levar a subestimar riscos financeiros, como investir sem planejamento ou manter dívidas na expectativa de que “tudo vai se resolver”.
Valeu a leitura até aqui?
Então, confira 5 Passos para rever os gastos emocionais e os padrões familiares sobre Dinheiro:
- Identifique os gatilhos emocionais: Reflita sobre situações que levam a gastos impulsivos e anote quais emoções secundárias estiveram envolvidas nessa compra. Relembre a situação que gerou esse sentimento e identifique qual é a emoção primária.
- Pratique o autocontrole: Antes de tomar decisões financeiras, dê-se um tempo para refletir. Isso ajuda a envolver o sistema racional do cérebro em vez de agir por impulso, especialmente se você souber qual é a emoção primária que está dominando você.
- Reavalie crenças familiares sobre sucesso: reconheça quais valores são prioritários no seu contexto familiar e social sobre o que é ter sucesso sobre o que é ser amada é importante. Às vezes esses conceitos estão atrelados ao quanto eu posso pagar é demonstrar que posso comprar. Avalie se você não está comprando, através das coisas a sua importância como pessoa.
- Estabeleça metas financeiras claras: Objetivos concretos e alinhados aos seus valores podem reduzir decisões baseadas em emoções momentâneas.
- Busque apoio profissional: Considere a orientação de um psicoterapeuta ou educador financeiro para compreender melhor sua relação com dinheiro e planejar um futuro mais equilibrado.
Espero que esse texto faça alguma diferença na sua relação com o dinheiro e na sua vida financeira. Pequenos pontos de esclarecimento podem transformar a forma como você percebe e utiliza seus recursos, conduzindo a uma vida com mais equilíbrio, prosperidade e abundância.
Lembre-se: o caminho para uma vida financeira saudável começa com pequenos movimentos na direção meu amor e cuidado com você!
2 Responses
[…] vezes, o dinheiro extra é visto como uma oportunidade para compensar emoções, como ansiedade, tédio ou até celebração. Essas decisões são influenciadas tanto por emoções primárias, […]
[…] Alguns possíveis efeitos das suas emoções na sua vida financeira. […]